EUA: Aumentam registros de violência homofóbica e transfóbica

13/07/2011 08:05

 

Uma coligação de associações contra o ódio recolheu os dados e registou 2503 crimes contra gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, transexuais e também contra pessoas HIV+.

O relatório foi divulgado ontem, 13 de julho de 2011, pela National Coalition of Anti-Violence Programs e apresenta um aumento da violência de 13% em relação ao ano de 2009, e é um valor similar ao recolhido em 2008.

Negros e mulheres transgêneros são principais vítimas de assassinato

O estudo concluiu que as pessoas negras têm muito maior probabilidade de serem assassinadas e representam cerca de 70% das vítimas mortais registadas. E ainda em pior situação estão as mulheres transgêneros que representam cerca de 44% das vítimas mortais registradas, o que é particularmente grave tendo em conta que as mulheres transgêneros em geral são um número relativamente reduzido de pessoas em toda a população analisada.

Transgêneros com muito maiores probabilidades de serem vítimas de agressão

O estudo também conclui que as pessoas transgêneros têm muito maior probabilidade de serem vítimas de agressão física, intimidação, discriminação. Também têm maior probabilidade de ser vítimas de uma agressão que resulta em sequelas graves. Em comparação com os homens brancos cisgêneros (ou seja: não transgêneros), a probabilidade chega até 2.5 vezes maior no caso das vítimas de discriminação.

 

Maior grupo de vítimas são homens homossexuais

Olhando para os números totais cerca de metade das vítimas são homens homossexuais cisgêneros, seguindo-se com cerca de 25% das vítimas que se identificaram como mulheres lésbicas, 10% heterossexuais e 9% bissexuais.

Maioria não faz queixa formal

Mais de 50% das vítimas não fez uma queixa formal na polícia, e 61% dos sobreviventes teve experiência de atitudes hostis ou incompreensão por parte das autoridades policiais para a situação. Novamente as pessoas transexuais sentiram mais esta atitude da polícia do que as restantes populações.

O perfil do agressor

Segundo os dados do relatório 3 em cada 4 agressores são homens, e 1 em cada 3 tem entre 19 e 39 anos. Um terço das agressões aconteceu em residências particulares.

Recomendações

O relatório recomenda o aumento de fundos para apoiar os sobreviventes destes ataques, também pede que seja removidas as barreiras existentes quando uma pessoa vítima tenta pedir ajuda às forças estatais e também pede uma maior coordenação de ONGs e entidades similares no apoio às vítimas.

Também pede que sejam criados em nível local programas de prevenção de violência, com foco especial no papel que deve ser dado às pessoas transgêneros na coordenação destes programas. Escolas e universidades devem implementar programas de prevenção da violência e currículos que incluam as questões LGBTT. E, finalmente, os políticos e figuras públicas devem promover a segurança das pessoas LGBT Tatravés da denúncia de afirmações anti-LGBTT, e também através de medidas legislativas específicas.

Por último os redatores do relatório pedem às autoridades federais que tenham em conta as questões LGBTT quando recolhem informação sobre violência, que as entidades não federais disponibilizem mais fundos para a recolha de informação estatística sobre este tipo de violência. 

Fonte: portugalgay.pt/news/130711A/eua%3A_aumentam_registos_de_violancia_homofabica_e_transfabica